17/06/2009

Castanheira de Pêra e as Aldeias do Xisto

Dia 10 e 11 de Junho

Castanheira de Pêra foi o local escolhido para o jantar e encontro dos corajoso que decidiram lançar-se ao desafio na véspera. Chegada a Poço Corga já de barriguinha cheia e preparados para a estreia de muitos, deparamo-nos com o primeiro desafio montar a tenda, mas tendas daquelas não dão trabalho a ninguém, pois quando as largamos elas montam-se sozinhas o pior foi quando alguém queria ir dormir mas estava atormentado com “uns bichinhos” que já lá moravam.
Amanhece o 1º dia de aventuras do grupo Bttanossamaneira, que para não fugir muito à normalidade dos outros passeios, começou com chuva, o que criou em todos uma certa resistência em dar início à caminhada da Pequena Rota do Casal de S. Simão, um percurso de 5 km com partida e chegada nesta bela Aldeia de Xisto. O percurso deu-nos a conhecer as fragas de S. Simão, a praia fluvial, a ponte do Brás Curado e Sandoa, ao longo das ribeiras de Alge e do Fato ricas em vegetação ripícula, típica da floresta laurissilva onde podemos observar também varias azenhas.
O ritmo era elevado pois quem conduzia estava em boa forma, os nossos dois guias escuteiros não nos deram tréguas Laura e Miguel, passado algum tempo já se ouvia perguntar “mas quem é o pai da criança” resposta que ainda não foi divulgada.
Chegámos então a praia fluvial onde conhecemos o Lontrinhas que nos dava várias informações sobre aquela praia fluvial, local que escolhemos para realizar o nosso almoço, com todo o staff reunido onde em tranquilidade desfrutamos de uma paisagem inesquecível para todos. De volta à caminhada entretanto chegámos à tão esperada por muitos, a aldeia do xisto e seguimos para o parque de campismo “O Moinho” onde alguns corajosos aproveitaram para sentir a temperatura da água límpida e gélida que se fazia sentir na praia fluvial de Poço Corga.

2º Dia de actividade com o pequeno-almoço tomado deixamos o parque de campismo com a ideia de que foi uma boa experiência e dirigimo-nos até ao Centro de BTT de Ferraria S. João local de início para a realização da PR 3 prevista. A ideia que estava no ar, era de que as planícies naquela zona ficavam muito longe, por ali só se via montes para todos os lados. O início a descer estava a ser muito bom mas sabíamos que ia sair bem caro, descidas bem arrojadas eis que surge um pequeno deslize mas nada de preocupante, após os primeiros 7 km feitos numa subida algo acentuada ouve-se lá do fundo, a frase de praxe “um furo, um furo“, pois é não é novidade nenhuma mas mais uma vez resolvido com rapidez e eficácia. De volta às subidas voltou a questão de “mas quem é o pai da criança” ainda por ser desvendado, chegámos a meio do percurso dos 14 betetistas 5 ficaram a caminho do centro de btt pois a partir dali o grau de dificuldade iria aumentar conforme dizia a carta de descrição do percurso, descidas bem arrojadas, rápidas e técnicas seguimos todos com vontade de devorar os trilhos que nos esperavam. Um desvio para conhecer o Ponto de Água do Farelo situado a 510 metros de altitude, uma reserva de água para o apoio ao combate de incêndios, de volta a rota marcada deparamo-nos com uma zona em subida que mais parecia uma parede com um grau de inclinação exigente que nos fazia aplicar ao máximo toda a nossa experiencia do btt.., foram 6 km que nem o nosso super biker fantasma conseguia subir. Mas o grupo Bttanossamaneira não se fica sem antes mostrar de que somos feitos e rapidamente alcançamos o topo, a nossa cruz lá estava nos 761 metros de altitude, ponto mais alto do percurso. A partir daí foi sempre a rolar até Ferraria S. João, ponto de chegada no centro de btt onde toda a equipa de logística nos esperava e as famosas e imprescindíveis minis tão aguardadas, que elas já eram com todo aquele calor e cansaço.
A Resposta é, eu não sou o pai da criança.

Estatística da volta:
Distancia: 29,37 km
Tempo: 2:57 h
Velocidade máxima: 39,42 km
Altitude acumulada de subida: 1.129 metros

Mais uma aventura realizada e que vai deixar saudades a todos os presentes certamente.

Alexandra e Rui Pinho

02/06/2009

Os Irmãos Alves Regressam às Origens

O dia amanheceu cinzento e chuvoso mas como o “bom tempo nunca se espera em casa” ninguém faltou à convocatória!
O ritual das respectivas fotos da praxe cumpriu-se:
- às 7 horas para os mais corajosos, que quiseram enfrentar a chuva que caía na região de Alcobaça e se sentiram com coragem para subir a Serra dos Candeeiros;
- e às 9,30 para os menos corajosos; estes últimos concentraram-se nas Alcobertas, junto às excelentes instalações da ADIAFA anexas aos Potes Mouros, onde ao contrário de Alcobaça e apesar das promessas, a chuva ainda não tinha chegado mas que não quis deixar de acompanhar aqueles que de lá tinham saído.
Guiados pelo nosso anfitrião Tiago, lá partimos debaixo de alguns pingos de chuva atravessando a vila em direcção à igreja, tomando de imediato o caminho que dali nos conduziu à escola primária e desta para o Olho de Água - assim chamado por que ali nasce a Ribeira das Alcobertas. Contornando este curso de água seguimos pela sua margem direita até reentrarmos na vila, para depois entrarmos numa pista de terra batida que nos proporcionou apreciar bonitas paisagens e nos levou até à localidade de Sourões.
Nesta aldeia são dignas de registo duas casas de traça tradicional / popular, recentemente recuperadas, com notas de muito bom gosto. Parabéns a quem teve a feliz iniciativa!
Dali seguimos em direcção à Ribeira das Neves para tomarmos a estrada de terra batida, que entre hortas e matas de eucaliptos, nos levou até à Gançaria.
Dirigimo-nos ao centro da aldeia para uma “paragem técnica” pois já iam sendo horas de recuperar forças…; e depois de uma falsa paragem, lá se descobriu que afinal aquele largo não reunia as condições mínimas para comermos as nossas “barritas”, pelo que fomos convidados a dirigir-nos a outro local, ali próximo, nas traseiras do Café Bote-te Fora; e claro, para espanto de todos, lá estava a primeira das surpresas do dia: um espectacular churrasco de chouriço regional, óptimo pão caseiro e bom queijo, e evidentemente muitas “mini”!!! Afinal o nosso amigo Tiago pregou-nos esta grande partida!
Recuperadas as forças foi com dificuldade que nos despedimos do “homem da grelha”, mas ainda tínhamos muito que andar e por isso dali seguimos por uma pista de terra, por entre os eucaliptais em direcção ao Vale das Cordas, para dali subirmos em direcção a Barbines.
Como ainda não tínhamos sofrido nenhum furo, lá chegou a vez de uma feliz contemplada: a Alexandra! Pronta e eficazmente assistida, poucos minutos depois já estava de novo a rodar…
Alguns metros mais à frente ocorreu a segunda surpresa: a visita à casa onde os irmãos Alves foram projectados, concebidos e nascidos; ali deixarem de viver, quando ainda crianças de tenra idade, com a restante família se mudaram para Alcobaça.
Foi um momento de reencontro com os seus passados pessoais, pois há muitos anos que não se deslocavam ao local que mais marcou as suas vidas. Era vê-los a reviver todos os pormenores do interior da casa, dos anexos, das árvores existentes no terreno adjacente, das casas dos vizinhos e familiares - como eles achavam que as coisas ali tinham mudado tanto! Foram momentos de reviver profundos e confusos sentimentos!
Depois lá seguimos para a Mata, contemplando as magníficas vistas sobre o vale situado à nossa frente e que se estende pela Lezíria do Vale do Tejo, lá fomos descendo outra vez em direcção ao Vale das Cordas, subindo depois por entre as matas de sobreiros e eucaliptos até ao Lombo Morto.
Nesta localidade alguns de nós ousaram visitar as ruínas do Castro de São Martinho… mas alguns não conseguiram vencer as Leis da Gravidade e… ficou para a próxima!?
Depois de reagrupar lá descemos para Teira, passando ao lado de mais uma linda casa de traça tradicional recentemente (muito bem) recuperada, lá fomos, por uma estrada de terra batida, pelo meio das hortas ao longo da aba da Serra dos Candeeiros onde esta parece afundar-se e dar origem a um planalto de férteis campos, até à Portela de Teira.
Aqui houve mais uma paragem técnica no café do Manuel Alberto, primo dos irmãos Alves, o qual de imediato fez constar, nas redondezas, as suas presenças e rapidamente apareceram primos de todo a parte, que foram confraternizando acompanhados por algumas “minis”…
Seguidamente contornamos o café para descermos por entre bonitos campos cultivados até ao ponto de partida. Ali já a “logística” tinha preparado o almoço, com a imprescindível ajuda do irmão do Tiago, que tinha já o carvão no “ponto” para fazer os grelhados. E lá foram saindo febras, tirinhas, costeletas, entrecosto, morcelas de arroz, pão caseiro feito na hora, pelas simpáticas padeiras da ADIAFA, saladas de tomate e alface, muito e bom vinho e cerveja! Contámos com a presença do Presidente da Junta, colega de escola do Isidro Alves, que muito nos honrou e a quem tivemos a oportunidade de agradecer o apoio prestado à nossa visita.
Depois deste repasto vieram para a mesa abundantes sobremesas, as quais, dado o seu número e variedade, os convivas não conseguiram, lamentavelmente, devorar, tendo, por isso, de regressar às respectivas casas de quem, carinhosamente, as fez!
Depois deste almoço-convívio seguiu-se uma visita guiada pelo Tiago - devidamente assessorado pelo Davide - aos coloridos Potes Mouros, onde foi possível satisfazer a grande curiosidade dos visitantes perante tão raras construções, fortemente marcados pela cor alaranjada da terra em que foram escavados e também exposta nos combros existentes na área envolvente, que nos transportam para outras paragens…
Regressados à ADIAFA, continuou ali o convívio entre os presentes até que foi lançado o convite para se visitar a igreja, onde está o ex-libris da vila: o curioso dólmen transformado em local de culto cristão e dedicado a Santa Maria Madalena, a padroeira da vila.
Um passeio que se recomenda a todos os amantes da Natureza e que apetece repetir.
E no final todos reconheceram que tinha valido a pena!